O Brasil parou.

Mais uma vez parou.

Não se falou nada além da menina jogada pela janela. Mesclado com o cirurgião que fez picadinho, a dengue e o escândalo do Fenômeno. Este último parecer ser o próximo assunto a ser exaurido. Lembram do Bateau Mouche que naufragou em Copacabana? Se não lembram, não se assustem. Logo acontecerá o mesmo com as manchetes mencionadas acima. Em 1988, um barco naufragou no reveillon e mais de 50 pessoas morreram. A notícia ficou no ar por tanto tempo que virou uma metáfora na minha casa.

Obviamente, sinto pela morte das pessoas. Seres humanos no meio de suas vidas, alguns celebrando, outros querendo amor ou dormir. O incômodo está na ausência das outras notícias. Os bancos de dados da ministra nem são mais comentados.

O mais incrível não é o desaparecimento de outros assuntos tão infelizes quanto estes, mas a quase inexistência de boas novas. Outro dia, assistindo ao jornal, ouvi Sandra Annenberg com um pequeno sorriso de alívio dizer “Até que enfim uma notícia boa”. Fiquei tão extasiada com a frase que nem me lembro da tal bem aventurada informação.

Ás vezes, dá vontade de parar como parece que acontece com o Brasil durante essas manchetes. Felizmente, ou não, isto é apenas uma impressão e o mundo continua em seu translado. E nós também. Da mesma forma, podemos nos envolver tanto com um assunto a ponto de perder a perspectiva.

Essa movimentação pode ser ótima quando estamos num período produtivo, mas quando a Roda da Fortuna gira… Ui! Pode ser desastroso.

Acho que vou dar um tempo dos noticiários e passear pelos parques, ver a beleza deste outono que acaba de chegar.